quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Policiais fazem parto na favela Santa Marta
Fonte: o dia online
07 de janeiro de 2010
Soldados da Unidade de Policia Pacificadora (UPP) do Dona Marta viveram fortes emoções, na tarde dessa quarta-feira, quando realizaram um parto em um beco da comunidade. A doméstica Luzinete Figueiredo dos Santos, 38 anos, entrou em trabalho de parto ao lado da quadra da Escola de Samba da favela. Quando o SAMU chegou, o bebê já estava nos braços de um dos policias. Mãe e filho foram levados para o Miguel Couto, na Gávea, e passam bem.
Os policiais que participaram do socorro foram abordados por uma moradora da comunidade, que os levou até onde Luzinete estava passando mal, na Praça Cantão. Eles a levaram até a Rua Jupira, para esperar a chegada da ambulância. "Ela começou a gritar que algo estava saindo e notamos que ela estava tendo um bebê", lembrou o soldado Blaz. Após o nascimento, a criança não chorou e foi preciso fazer massagem para que ele reagisse. "Fiz o treinamento, mas não pensei que ia usar", revelou o soldado Flávio, que segurou o menino no colo até a chegada dos médicos.
Segundo familiares, Luzinete não sabia da gravidez. "Ela me disse que ligou as trompas. Achava que estava apenas doente e ficou assustada quando viu que na verdade estava tendo um filho. Mas agora está feliz", disse o padrasto dela, José Felix da Silva, 67, que assistiu ao parto.
A doméstica tinha se sentido mal de manhã e chegou a ir ao Miguel Couto. Mas lá, reclamando de dores abdominais, apenas tomou uma injeção e foi liberada. "Achei irresponsabilidade do médico", disse José. Mãe de cinco meninas e avó de duas, este é o primeiro homem na casa da doméstica. "Minha mãe sempre brincou falando que queria ter um menino. Estou ansiosa para que ele venha para casa e feliz porque deu tudo certo", contou a filha de Luzinete, Beatriz, de 17 anos. O pai do bebê está preso há cerca de um ano. O menino, que ainda não tem nome, já recebeu uma sacola de roupinhas de uma das vizinhas de Luzinete. "Vamos organizar um chá de fralda", planejava Maria Luiza Santos, 75 anos.
Momentos de emoção
Luis Henrique Blaz Ferreira, Raphael Albuquerque Garcia de Oliveira, Antoniani de Castro Silva e Flávio Ribeiro Menezes são os nomes dos policiais que fizeram o parto da doméstica.
Formados há apenas dois anos, os quatro garantiram que este foi o momento mais marcante de suas carreiras, até agora. "Nunca esperei passar por isso. Não assisti nem o parto do meu filho e agora acabei realizando um. Fiquei muito feliz quando o Samu chegou e vi que o neném estava bem e saudável", lembra Raphael.
Emocionados, eles lembram que por alguns segundos, enquanto o bebê não chorava, ficaram nervosos: "quando escutei os primeiros barulhos foi um alívio. Só de lembrar agora fico arrepiado. Nunca vou esquecer este dia", contou Blaz.
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