Fonte: Zero Hora
Sem foco, Congresso mergulha na campanha
Por falta de acordo e votações emperradas, trabalhos na Câmara estão emperrados há 52 dias
Centro de decisões que mudam a vida dos brasileiros, o Congresso está estagnado. Nos últimos meses, as discussões nos plenários, gabinetes e corredores privilegiam a construção de candidaturas e alianças eleitorais, em detrimento da apreciação de projetos.
Na Câmara, a última votação ocorreu no dia 10 de março, quando foi aprovado o marco regulatório do pré-sal. Já o Senado não vota temas importantes desde o início de 2010.
– Não há quórum. No momento em que não se consegue acordo, começa a haver desinteresse dos parlamentares – admite Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Temer promete retomar votações na terça-feira
Desde o final do ano passado, o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), se reúne com entidades e representantes da sociedade civil e promete colocar em pauta projetos polêmicos como o Ficha Limpa, a legalização dos bingos e o reajuste aos aposentados. Sem cumprir a promessa, Temer deu um ultimato para retomar as votações na terça-feira.
O reajuste aos aposentados exemplifica a letargia. Há seis semanas, as promessas de empenho feitas por Temer esbarram na falta de acordo.
– Há medidas que acarretam custos, e o governo pede para que não sejam votadas – diz o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz.
Se na Câmara as votações estão inviabilizadas há quase dois meses, no Senado o período de inércia é menor, mas não menos grave. Trancada desde 14 de abril por duas MPs, a pauta impede a votação de 80 propostas. A falta de entendimento dificulta até o andamento do marco regulatório do pré-sal. Tal como na Câmara, as faltas também se acentuam. Na terça-feira, às 16h, oito parlamentares estavam em plenário, embora houvesse 42 presenças registradas no painel.
– A paralisia do Congresso em ano eleitoral se transformou em algo comum – diz o cientista político David Fleischer.
A partir de junho, com as festas juninas no Nordeste, o parlamento se esvazia ainda mais.
– Se não houver votações agora, a partir de junho nada mais de relevância será votado – reconhece o senador Paulo Paim (PT).
IARA LEMOS | BRASÍLIA
As barreiras
O QUE TRANCA AS VOTAÇÕES
- Na Câmara, 11 medidas provisórias (MPs) paradas. No Senado, são duas. Enquanto as MPs não são votadas, as votações são prejudicadas.
PROPOSTAS COM IMPACTO ELEITOREIRO
MP DOS APOSENTADOS
- Tramitando desde janeiro, a medida prevê um reajuste de 6,14% para inativos que recebem acima de um salário mínimo.
- Estudos do governo contabilizam impacto de R$ 1,2 bilhão na Previdência. O reajuste vai beneficiar 5,6 milhões de aposentados.
PEC 300
- Aprovada na Câmara em primeiro turno em 3 de março, estabelece em R$ 3,5 mil o piso de policiais militares e bombeiros no país.
- A PEC ainda precisa ser votada em segundo turno e no Senado. O impacto nas contas dos Estados, caso a medida seja aprovada, chegaria a R$ 30 bilhões anuais.
Anônimo disse...
ResponderExcluirRAPAZIADA,BOA NOITE,PORQUE NÓS NÃO COBRAMOS AOS DEPUTADOS O AUMENTO DO SOLDO DO SD? QUE SERIA O SALÁRIO MÍNIMO 510,00 E DALI O ESCALONAMENTO VERTICAL. ISTO ESTÁ NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. DE REPENTE MELHOR DO QUE ESPERAR PELAS PECS. NÃO SERIA UMA BOA IDÉIA,ESTAMOS PRÓXIMO AS ELEIÇÕES,QUE TAL?