segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Mentiras em videotape
21/12/2009
fonte: Século Diário
Editorial
Não passou de um show de repetições e mesmices a entrevista que Rodney Miranda deu à rádio CBN na manhã desta segunda-feira (21). No capítulo da segurança pública, ele repetiu todas as desculpas que vem apresentando para justificar a falta de um planejamento estratégico no combate á criminalidade.
Sobre a crise institucional provocada pelo conteúdo do livro “Espírito Santo”, que escreveu em parceria com o juiz Carlos Eduardo Lemos e o antropólogo Luiz Eduardo Soares, também nada acrescentou ao que já havia dito e repetido em ocasiões anteriores.
Ou seja, o secretário mostrou ter esgotado todo o seu estoque de evasivas e fugas à verdade dos fatos. Ouvi-lo falar, atualmente, é como assistir a uma edição em videotape de tudo quanto ele decorou sobre dois dos assuntos sobre os quais não tem domínio: a segurança pública e a importância da Polícia Militar na vida do povo capixaba.
Se a crise da segurança pública não tivesse a gravidade que tem, a figura do secretário, por si só, não mereceria uma única linha do noticiário. Mas, infelizmente, é ele que está no comando da área. E a mídia, obrigatoriamente, precisa abrir espaço para suas aparições públicas, pois o tema é de interesse coletivo.
Foi comovente observar o esforço da entrevistadora para arrancar de Rodney algo que merecesse registro. Ela perguntava, repetia a pergunta várias vezes, e o secretário não saía do lugar.
Isto aconteceu, principalmente, quando o tema da entrevista era a crise institucional motivada pelo livro – o mais demorado de todo o programa. Rodney insistia em dizer que não atacara a honra de ninguém, muito menos ofendera a corporação.
A repórter citava trechos do livro em que os ataques à honra de militares eram claras e insofismáveis. E ele saía pela tangente, apelando para argumentos que mudavam o verdadeiro sentido de frases nas quais não cabiam duplas interpretações.
Seria cansativo e maçante citar todos os trechos do livro em que foram lançadas ofensas à honra de militares e da própria corporação, e que mereceram insistentes questionamentos da entrevistadora. Mas era como chover no molhado: as respostas de Rodney lembravam um disco quebrado e acabaram cansando a jornalista.
Haja paciência. Agora já não se trata de saber se Rodney vai ou não ser exonerado do cargo. Importante é saber até quando teremos de ouvi-lo falar e repetir tantas mentiras.
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