sexta-feira, 8 de maio de 2009

Capitão Assumção agradece aos parlamentares que aprovaram a PEC 300 na CCJ


CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ

Sessão: 065.3.53.O Hora: 17:48 Fase: CP
Orador: CAPITÃO ASSUMÇÃO, PSB-ES Data: 08/04/2009

O SR. CAPITÃO ASSUMÇÃO (Bloco/PSB-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Nelson Marquezelli, Sras. e Srs. Deputados, venho nesta oportunidade agradecer a todos os Parlamentares que se manifestaram favoráveis à PEC 300 e dizer que os cerca de 600 mil policiais e bombeiros de todo o Brasil sentem-se valorizados por esta Casa de leis. E valorização é algo que raramente nós, policiais e bombeiros, temos.
Os que defendem a sociedade brasileira contra a criminalidade avassaladora sempre se mostraram disponíveis para o cidadão mesmo mal capacitados, por que isso não depende dos policiais, mas de uma política pública de Estado; mesmo mal fardados, porque a eles é imputada a compra do fardamento com o seu minguado salário; mesmo não assistindo à família, pois têm que batalhar pelo bico após o horário de trabalho regulamentar, senão morrem de fome e deixam sua família entregue à própria sorte; mesmo vivendo sob a égide de um regulamento do tempo das cavernas, anacrônico, que lhes rouba os seus direitos mais elementares, como a liberdade; mesmo não tendo moradia própria, os policiais e bombeiros militares vivem de aluguel e têm como vizinho o bandido que coíbem; mesmo sabendo que eles estão carregados de doenças psicossomáticas e outros males e quase não existe amparo dentro dos quartéis para tratá-los; mesmo sabendo que não gozarão de uma aposentadoria plena, pois fatalmente serão alvo de bandidos, mas se saírem ilesos, as estatísticas comprovam que os policiais não terão muitos anos de vida, já que estão com a saúde combalida.
Nobres Deputados, ontem se começou a fazer justiça quando a PEC nº 300, que corrige distorção histórica, que elimina diferença abissal de salários entre policiais e bombeiros militares do Distrito Federal e do resto do Brasil foi aprovada por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça desta Câmara.
Nossos bravos heróis começaram a ser reconhecidos pelo tanto que fazem por esta Nação. A Câmara Federal está trazendo dignidade às mais de 600 mil famílias em todo o Brasil. Muitos achavam que seria uma luta inglória, mas nunca desistimos.
Quem traz segurança aos lares brasileiros, mesmo com o risco da própria vida, não desiste jamais.
É por isso, nobres Parlamentares, que venho demonstrar gratidão a V.Exas., que souberam compreender a agonia dos nossos desguarnecidos guardiões ao corrigirem essa anomalia centenária.
A célebre expressão "quem guardará os guardiões" representa a fase que vivemos. Os guardiões nos defendiam e nos defendem, mas deixam à mercê sua própria existência e a de seus entes familiares.
Quantos heróis tombaram em cumprimento do dever, totalmente desprotegidos pelo Estado? Alguém procurou saber o que aconteceu com suas famílias depois? Certamente ficaram por conta do destino inglório.
Dignidade é a palavra que este momento representa. O resgate desta tão almejada dignidade está acontecendo agora, através dos nossos renomados colegas de Parlamento, que souberam reconhecer o valoroso trabalho dos que nunca irão fechar as portas para a sociedade brasileira.
Grandes profissionais, que sempre têm hora para iniciar a jornada injusta e cruel em defesa da paz, mas não sabem quando é chegada a hora de descansar, o momento chegou. Se quiserem dar um basta aos bicos dos injustiçados defensores, a oportunidade é esta. Se quiserem dar um basta ao número cada vez mais crescente de operadores de segurança carregados de doenças adquiridas ao longo dos bons serviços prestados à sociedade, este é o lapso.
A revista ISTOÉ desta semana retrata um pouco o que acontece com quem se atreve a ser desprovido em prol da defesa da sociedade: síndrome do pânico, depressão, angústia. Um ex-policial injustiçado revela: "O auxílio psíquico que tive foi zero. Passei a ser agressivo, minha mulher sofreu muito, quase atirei em meus próprios filhos". A pesquisadora Maria Cecília Minayo, da Fundação Oswaldo Cruz, revelou que metade dos guardiões dorme mal, sentem-se tensos e agitados.
Os nossos valorosos operadores de segurança estão padecendo, Sr. Presidente. Mas esperam que a correção dessa injustiça seja feita pelos nossos nobres colegas Parlamentares. Que a PEC 300 se torne realidade o mais rápido possível. Dignidade!
Muito obrigado.

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