segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Rodney escreveu um livro bizarro. Só falta virar imortal na Academia.



Rodney agora inventa de ser escritor para ganhar uns trocados e ter mais um espaço na mídia. Em parceria, produz um livro que se assemelha aos roteiros de telenovelas mexicanas. Nessa tragicomédia, revela, por exemplo, à sua maneira, como foi a morte do Juiz Alexandre, um caso cheio de controvérsias mirabolantes, onde seu superior direto não aparece em nada. E aqui fica a principal indagação: Onde está o depoimento da personal trainer Júlia Eugênia Fontoura? Só para recordar: Às vésperas de sua morte, o juiz Alexandre disse a Júlia claramente que, se acaso fosse assassinado, o mentor era o imperador Paulo Hartung. Será que essa verdade consta nesse romance quixotesco?
Ou será que consta também essa relação imbricada e misteriosa entre o Secretário Midiático e o Imperador, haja vista que a incompetência do Rodney já foi testada e reprovada. Além de torturar policiais, qual a posição do Senhor Midiático, no tabuleiro imperial da in-segurança capixaba?

10 comentários:

  1. 6/11/2009
    O começo do fim

    Editorial



    Estamos certos de que não foi a crença no bom senso ou na capacidade de reflexão do destinatário que levou o jurisconsulto Antônio Franklin Moreira da Cunha a escrever para Rodney Miranda sobre sua convicção de que o juiz Alexandre Martins de Castro Filho foi vítima de latrocínio e não de um crime de mando.

    O entendimento entre todos os que acompanham a trajetória do secretário de Segurança é de que ele, movido pela ambição, por simples vaidade e desinteresse real pelos problemas da violência no Estado, perdeu a noção da realidade que o cerca. Ou que apenas finge ignorá-la para sobreviver politicamente.

    O mesmo entendimento temos nós, de Século Diário. Estamos , portanto, à vontade para reproduzir a correspondência em questão, destacada na presente edição, como uma peça série e bem elaborada.

    Trata-se, assim, de mais um serviço que Século Diário presta à opinião pública, na certeza de que os pontos abordados na carta são, realmente, esclarecedores do que aconteceu naquela manhã em que o juiz Alexandre perdeu a vida ao reagir a uma tentativa de assalto.

    Reforça as credenciais do missivista o fato de ele ter tido sua indicação para funcionar como assistente de acusação da Promotoria, no julgamento dos latrocidas, apoiada pelo pai do juiz morto. Isto aliado à coragem com que renunciou à indicação, ao descobrir que os condutores das investigações policiais e do próprio julgamento não estavam em busca da verdade, mas de bodes expiatórios.

    Queriam essas autoridades – notadamente o secretário Rodney Miranda e o juiz Carlos Eduardo Lemos – dar conotação de crime de mando a um fato que comumente acontece nas ruas das nossas cidades – um assalto com a morte da vítima.

    Só que, na cabeça dos autores da farsa, não ficaria bem para o governo um juiz de direito de atuação polêmica – e por isso mesmo com sua vida sujeita a riscos – morrer nas mãos de dois reles bandidos de periferia. Como iria o governo se justificar, perante a opinião pública local, nacional e internacional, por não ser capaz de dar garantias de vida sequer a um magistrado?

    Para mortes semelhantes envolvendo cidadãos comuns, Rodney tem sempre uma justificativa, alegando, invariavelmente, que esse tipo de violência não é exclusividade do Espírito Santo. Mas ele sabe – e sabemos todos nós – que não é todo dia que juízes são mortos por bandidos em ações de rua no Brasil.

    Era preciso, então, que se engendrasse a farsa do crime de mando, pela qual – lembra Antônio Franklin – pessoas inocentes foram condenadas e outras, na mesma condição, tiveram a vida tumultuada pela suspeita de serem intermediárias ou mesmo mandantes do inexistente crime.

    Um outro fator reforça a armação da farsa: o depoimento em que a personal trainer de juiz Alexandre trouxe a público confidências que ele lhe fizera sobre o temor de ser morto a mando do governador.

    É claro, lógico e evidente, que o governador não teve envolvimento no crime, mas, com a farsa, livrou-se de ter que explicar-se.

    E livrou-se também de ver o caso ser federalizado, já que crimes nos quais governadores aparecem implicados não podem ser julgados na esfera estadual.

    Tudo, enfim, caminhou para que se cometesse o gravíssimo erro de descaracterizar o latrocínio. Agora, é hora de se dar um fim a essa grosseira farsa.

    Para o que a carta de Antônio Franklin contribui de forma bastante significativa.
    http://www.seculodiario.com/exibir_not_coluna.asp?id=1990#

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  2. 5/11/2009
    O caminho da
    federalização

    Editorial



    O deputado Capitão Assumção tocou num ponto importantíssimo da crise institucional provocada pelo livro “Espírito Santo”: o episódio do grampo na condução das investigações policiais sobre a morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho.

    Foi o uso abusivo dessa prática que transformou os processos judiciais do caso em peças imprestáveis para justificar sentenças, como as que levaram à condenação os sargentos PM Heber Valêncio e Ranilson Silva e os assaltantes que liquidaram a tiros o juiz. Os primeiros por serem inocentes e os outros por responderem por um crime de mando que efetivamente não aconteceu.

    No primeiro caso – o dos sargentos –, não existe uma só prova da participação deles no crime. Uma série de reportagens de Século Diário mostrou, com documentos extraídos dos próprios autos, que as suspeitas contra eles resultaram de falsos testemunhos, indícios forjados e, principalmente, de interceptações telefônicas ilegais.

    O operador dessas interceptações, o então subsecretário de Segurança Pública, agente federal Fernando Francischini, teve como missão primordial, no início das investigações policiais, tumultuar o trabalho da Diretoria de Inteligência (Dint) da PM no caso da detenção dos dois sargentos. O que resultou no relato mentiroso contido nas 15 páginas do capítulo 2 do livro, a que os autores deram o título de “A peças começam a se encaixar”.

    Esse relato motivou a decisão do hoje corregedor da PM, coronel Marcos Aurélio Capita da Silva, de processar Rodney Miranda e Carlos Eduardo Lemos por injúria, calúnia e difamação. Outra ação do coronel – esta especificamente contra Rodney – deu entrada no Conselho Superior de Ética do Executivo.

    Citado no livro com o nome fictício de Áureo Macedo Carmelo de Souza, o coronel Marcos Aurélio teve sua honra ultrajada no livro, primeiro por ter impedido que membros da chamada “tropa de elite de Rodney” (grupo de PMS licenciados por problemas psiquiátricos) tirassem de sua guarda os sargentos detidos e, depois, como suspeito de envolvimento com os assaltantes que mataram o juiz, no episódio da descoberta da arma roubada do magistrado pelos ladrões.

    Ficou muito claro que a tal “tropa de elite” investiu contra a autoridade do coronel por ordem de Francischini, que monitorava os movimentos do oficial e dos sargentos por meio de um grampo ilegal em seus telefones móveis.

    No caso do julgamento dos dois assaltantes e de seus cúmplices, tratou o juiz de exceção do caso, Sérgio Ricardo – substituto de Lemos –, de dirigir o julgamento na direção do crime de mando, inclusive barganhando a aplicação de penas leves com os advogados de dois deles.

    O grampo, portanto, já justificaria, por si só, a nulidade dos dois julgamentos. Mas outros fatos, de idêntica ou maior gravidade, permearam tanto as investigações quanto a montagem dos processos judiciais.

    Assim, não têm como prosperar, nos limites da Justiça local, os processos ainda pendentes de julgamento. Federalizá-los é a única saída. Até porque há, nos autos, menções que comprometem o próprio governador do Estado, conforme depoimento da personal trainer do juiz morto.

    Não que possa haver fundamento nas suspeitas que Alexandre levantou (e a personal trainer levou aos autos) sobre seu medo de ser morto a mando do governador. Este receio do juiz é, sabe-se hoje, totalmente desprovido de lógica. Mas ele está nos autos e, sendo assim, torna obrigatória a apreciação do feito pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), como determina a Constituição.

    Recursos dos acusados de mando também deram entrada no Supremo Tribunal Federal (STF) e ainda não tiveram seu mérito julgado. É o que está faltando para que se tenha, finalmente, o desfecho do caso Alexandre de acordo com o que preceitua a legislação.
    http://www.seculodiario.com/exibir_not_coluna.asp?id=1987

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  3. 30/10/2009
    Ordem x desordem

    Editorial



    A tardia interferência do governador Paulo Hartung na crise institucional provocada pelo seu secretário de Segurança foi de uma infelicidade extrema. Ao posicionar-se contra o movimento dos coronéis da ativa da PM, ele se colocou ao lado da desordem. Mostrou desconhecer um dos princípios basilares da formação militar.

    O militar é formado para defender a ordem e zelar por ela. E foi com base nesse princípio que os coronéis se levantaram contra Rodney Miranda. Eles deixaram isso bem claro em suas manifestações públicas.

    Imaginar que a nomeação do porta-voz do movimento para um cargo comissionado no governo solucionaria a crise foi, portanto, um erro crasso do governador. Assumir cargos comissionados na administração pública não é coisa que se possa impor. O indicado pode ou não aceitar.

    Convém, antes de nomear, consultar o interessado. E esse cuidado o governador não teve. O que teria pensado? Que um oficial da mais alta patente da PM, de carreira limpa e empenhado num embate de ordem moral contra ofensas à sua corporação e a seus companheiros, abandonaria seus princípios para trabalhar ao lado de um notório defensor da desordem?

    Só mesmo um governante de víéis autoritário pensaria desse modo. Definitivamente, Paulo Hartung não sabe lidar com crises. Primeiro, fica à margem dos acontecimentos. Depois, mete os pés os pés pelas mãos.

    A omissão foi seu receituário ao longo dos dois mandatos, quando o tema em debate se relacionava à Segurança Pública. Sobre o aumento brutal da criminalidade, marca indelével de suas gestões, ele jamais deu uma palavra. Esta cabia, sempre e invariavelmente, ao responsável direto pelo caos do setor, o secretário de Segurança, que arranjava desculpas esfarrapadas para fugir à responsabilidade.

    No momento em que um coronel da ativa decidiu recorrer à Justiça para se defender de ofensas à sua honra contidas no livro “Espírito Santo”, coube a Rodney Miranda, mais uma vez, reagir, com o governador mantendo sua postura olímpica.

    E, quando a reação daquele oficial motivou o apoio de seus companheiros – num movimento organizado em defesa da Polícia Militar e da honra de todos os demais membros da corporação igualmente ofendidos pelo conteúdo do livro –, o governador novamente se omitiu. E lá veio Rodney com explicações e justificativas que nada explicam ou justificam.

    A crise, então, se agravou. O movimento dos coronéis cresceu em indignação e, na última nota oficial que distribuíram, eles disseram não mais aceitar o comando de Rodney.

    Parecia ser aquele o momento de o governador agir. Mas agir em obediência aos princípios que nortearam o movimento dos coronéis – da defesa intransigente da ordem, da moralidade pública, da ética – e não na contramão desses princípios, como fez ao assinar e fazer publicar o decreto de nomeação do porta-voz dos coronéis para um cargo de assessor do secretário de Segurança.

    Onde Paulo Hartung estava com a cabeça quando cometeu tal desatino? É o que todo cidadão capixaba de bom senso deve estar se perguntando. A esta pergunta, só mesmo o próprio governador pode responder.

    Ainda há tempo para ele entrar no caminho da ordem e do respeito à disciplina e ã ética. Que faça isso já! Ou assuma toda a responsabilidade pelas conseqüências de seu erro.
    http://www.seculodiario.com/exibir_not_coluna.asp?id=1970

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  4. 14/10/2009
    Fuxiquismo
    literário

    Editorial



    A reação do juiz Carlos Eduardo Lemos e do secretário Rodney Miranda à decisão do corregedor da PM de processá-los por calúnia e difamação confirma que o que este Século Diário vem dizendo e os fatos comprovando: o livro deles “Espírito Santo” não pode nem deve ser levado a sério.

    Ouvidos pelo jornal “A Gazeta”, em pauta inspirada na nossa manchete dessa terça-feira (13), os dois tiveram o desplante de negar o caráter ofensivo à honra do coronel Marcos Aurélio do texto contido no capítulo do livro intitulado “As peças começam a se encaixar”.

    Se o que foi escrito por eles sobre o trabalho do oficial não é ofensa à honra, o que é, então? Simples fuxico? Só se for.

    Nesse caso, será preciso dar razão ao desembargador Pedro Valls Feu Rosa, que brindara Carlos Eduardo com o epíteto de fuxiqueiro ao votar, anos atrás, pelo arquivamento de uma denúncia dele e de seu colega e amigo Alexandre Martins de Castro Filho contra o juiz Antônio Leopoldo.

    Rodney foi mais acanhado na negativa, dizendo apenas que ninguém “com situação jurídica não resolvida” no processo teve o nome citado no livro. Cometeu um deslize, já que o coronel Marcos Aurélio não figura como acusado em nenhum dos processos do caso Alexandre, não sendo, portanto, alguém “com situação jurídica não resolvida”.

    Mas o acanhamento dele não o isenta de culpa no cartório, pois, em matéria promocional do livro, publicada dias atrás no mesmo jornal, ele mandara que os envolvidos não identificados pelos nomes no livro “vestissem a carapuça”.

    Deve estar arrependido de ter dito tamanha bobagem. Como arrependido, também, deve estar Carlos Eduardo. Porque não há como negar que ambos atacaram a honra do corregedor da PM no livro “Espírito Santo”, que teve um terceiro autor, Luiz Eduardo Soares.

    A segunda matéria da série em que Século Diário detalha o episódio que deu origem às ofensas da dupla contra o oficial, presente nesta edição, mostra não ser o recuo dos dois uma boa tática de defesa processual. Vão se dar mal se persistirem nela.

    As ofensas são claras de cristalinas. E Carlos Eduardo, o mais afoito dos dois, deve ser mais cuidadoso com o que diz sobre o coronel Marcos Aurélio. Na matéria de “A Gazeta” desta quarta-feira (14), ele insinuou que o coronel não pensou bem ao processar a dupla. Suas palavras estão entre aspas na matéria e são também ofensivas.

    Eis o que ele disse por e-mail ao repórter: “Se o coronel pensar melhor, verá que não o acusamos de nada...”.

    Pense melhor você, Carlos Eduardo.
    http://www.seculodiario.com/exibir_not_coluna.asp?id=1919

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  5. 11/11/2009
    Um risco
    desnecessário

    Editorial



    Em vez de agir para superar a grave crise institucional provocada pelos autores do livro “Espírito Santo”, o governador Paulo Hartung se mantém, pelo menos aparentemente, omisso.

    A omissão, em si, já seria condenável. Mas a suspeita que circula nos meios políticos é de que ele está agindo nos bastidores. E agindo não para superar, mas para agravar o quadro, pois dificilmente terá êxito seu esforço de dar caráter de corporativismo ao movimento de repúdio dos militares ao conteúdo do livro.

    Os coronéis da ativa da PM, que se insurgiram contra o secretário de Segurança, Rodney Miranda, não mais aceitando seu comando, já deram demonstrações muita claras de que não vão recuar das ações que vêm empreendendo para afastar o secretário de suas funções.

    A última dessas demonstrações aconteceu nessa terça-feira (10), depois de uma reunião, na véspera, com o deputado cabo Da Vitória. Na reunião. foi acertado que o parlamentar faria da tribuna, no dia seguinte – como fez – um duro discurso mostrando que não há crise na PM, mas na Secretaria de Segurança.

    Da Vitória relatou detalhes de seu encontro com os oficiais e, no discurso, relacionou alguns dos absurdos que vêm pautando a atuação do secretário, como, por exemplo, a utilização de um grande contingente de policiais militares para a sua segurança e de seus familiares.

    O discurso do deputado militar ensejou mais uma manifestação dos oficiais contra a permanência de Rodney Miranda à frente da Segurança Pública. Novas ações acontecerão nos próximos dias, numa insofismável demonstração de que o movimento só se encerrará com a queda de Rodney.

    O governador deveria ter isso em mentes antes de movimentar suas peças, na mídia e no mundo político, visando a dar caráter de insubordinação e corporativismo ao movimento dos coronéis.

    A julgar pelo que aconteceu na Assembléia Legislativa, a cada ação desestabilizadora do governo e de seus agentes, surgirá uma reação em igual ou maior proporção por parte dos militares indignados com as ofensas contidas no livro à Polícia Militar e a seus integrantes.

    O movimentado evento dessa terça na Assembléia Legislativa nada mais foi do que uma resposta ao lobby palaciano posto em prática no último final de semana, quando Rodney e Luiz Eduardo Soares, parceiros na elaboração do livro, usaram a mídia para agredir os militares, apoiados pela direção dos dois jornais diários impressos.

    E será sempre assim, até que o Estado se liberte da presença desagregadora de Rodney Miranda. Ou chegaremos a esse desfecho ou a instituição Polícia Militar continuará em risco.

    Um risco desnecessário, que não poderá perdurar por muito tempo.

    http://www.seculodiario.com/exibir_not_coluna.asp?id=2006

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  6. A primeira lição foi a de que a defesa do policial que é acusado, ou da prática de um crime ou de afronta a Lei orgânica de sua instituição, não dispões das mesmas pecurialidades e contornos de uma defesa que se elabora em favor do cidadão comum, não policial. E essa constatação não pretende estabelecer qualquer dicotomia que ponha em evidência diferenças de tratamento em face do principio da isonomia, senão que o princípio fundamental da aplicação da justiça esta em tratar desigualmente os desiguais.
    Isto significa que o policial, de repente, pode ser transformado de um partícipe e colaborador da difícil e espinhosa missão de combater o crime, em alvo da sanção do Estado, por haver infringido uma norma de conduta que se sanciona com a pena. Transmudando-se logo, em razão do indício a ser apurado pela Corregedoria e em razão da denúncia, quando recebida pelo órgão judicante, de agente da lei e da ordem em indiciado ou acusado de tê-los vulnerado e, assim, sujeito à punição prevista em lei. Essa metamorfose é de natureza aviltante e provoca reações psicológicas adversas, afetando o emocional da pessoa atingida, muitas vezes de forma indelével. Principalmente quando o acusado vem a demonstrar, no fim do processo, que pode arrastar-se durante anos, com as incertezas do vai-e-vem dos inúmeros recursos e a exposição dos fatos, muitas vezes explorados de forma desumana pelos veículos de comunicação de massa e sensacionalismo barato de certos programas de televisão que fazem do escândalo e do escárnio as suas forma de multiplicar a audiência, pouco importando que reputações sejam desfeitas e honras pessoais e familiares sejam destruídas no pelourinho da especulação pública, agitada com um tição incendiário.
    Esta não é uma obra para doutores e professores. Tem a pretensão pequena, pela qual rogo a absolvição dos leitores, de servir como repositório da experiência de quem, como eu, dedicou parte substancial de sua vida profissional, para defender os interesses de policiais, seres humanos e operários da construção social, que muitas vezes dão a vida para defender uma sociedade que os segrega, em troca de péssima retribuição salarial e sem contar com treinamento e material de trabalho adequado. Repetindo Arquimedes, que proclamava poder levantar o mundo com uma alavanca e um ponto de apoio no espaço, digo que é preciso dar a polícia treinamento humano e técnico, material de trabalho eficiente, e ganhos dignos, que a criminalidade será contida em níveis toleráveis.
    FRANCISCO MIRANDA SILVA
    Autor do livro: POLÍCIA NO BANCO DOS RÉUS

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  7. “De fato, a atividade policial, essencial para a segurança do cidadão, é vista especialmente por grupos devotados à defesa dos direitos humanos não como o garante desses direitos, mas, ao revés, como seu violador. O sacrifício, freqüentemente da própria vida, do policial é deploravelmente ignorado, ao passo que, à primeira evidência de abuso por ele praticado, desencadeia-se uma tempestade de protestos em nome do zelo que todos devemos ter para com os direitos do homem”.
    “Não se pode culpar a vassoura pela existência do lixo”.
    “Além de mal pagos, os policiais enfrentam os bandidos em flagrante desvantagem de meios. Enquanto este dispõe de equipamentos modernoss e de grande eficácia letal, ao policial armar-se com revólver obsoleto e a ele não se proporciona, com a regularidade recomendada, o treinamento com tiro real”.
    ““ o policial vive intimidade, receoso de ser reconhecido por delinqüentes que lhe abatem a vida tão pronto identificado como agente da lei. E, se ao efetua a prisão comete um excesso físico inerente às circunstâncias em que se deu a ocorrência, logo desabam as críticas contundentes dos que, esquecidos de quem lhes garantem a segurança, voltam-se contra os policiais prontamente apontados à execração pela violação dos direitos humanos. Ademais, o reflexo dessa conduta de denuncismo solerte contamina os julgadores do policial na corte de Justiça onde, no desconhecimento da natureza da profissão policial, acabam por julgar desigualmente os desiguais.
    O livro do advogado Francisco Miranda é um convite à reflexão, um grito de alerta a reclamar o respeito que devemos ao policial cumpridor de suas obrigações legais, muitas vezes tratados como se delinqüente fosse, pelos que livres das agruras de uma profissão de alto risco, permitem-se fruir a imagem de defensores de direitos fundamentais, no Estado Democrático de Direito, quando de fato invertem esses direitos protegendo, mesmo intencionalmente, os que matam, estupram e aterrorizam a sociedade.
    JARBAS PASSARINHO – EX. MINISTRO E EX-SENADOR CONSTITUINTE.

    TEXTO EXTRAIDO DO LIVRO “A POLÍCIA NO BANCO DOS RÉUS” DO ESCRITOR E ADVOGADO FRANCISCO MIRANDA SILVA

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  8. TEXTO EXTRAIDO DO LIVRO “A POLÍCIA NO BANCO DOS RÉUS” DO ESCRITOR E ADVOGADO FRANCISCO MIRANDA SILVA
    “O estardalhaço que se faz em torno de policiais que, na refrega, no combate, na troca de trios com bandidos perigosíssimos, envolvem-se em acusações que vão de lesões corporais a homicídios, é de uma iniqüidade aflitiva. Nem sempre, com a mesma freqüência e intensidade, se divulgam as baixas dos homens da lei, em número assustador, feridos e mortos. O pior é que hoje, para ser ferido ou morto, o policial não precisa estar em serviço. Basta que o bandido saiba ou descubra que a pessoa é da Polícia, para que seja impiedosamente abatida.
    A inversão de valores, com as luzes da mídia, a carga dos movimentos ingênuos de defesa dos direitos humanos, enfocando e glamorizando a vida pretensamente romanesca e “robinwoodiana” de certos bandidos famosos, tem o viés de apresentar o policial, que na defesa da sociedade e da própria vida tem a desdita de abater um bandido, como se fosse a encarnação da própria Besta do Apocalipse.
    Daí a impressão generalizada de que a Polícia encontra-se permanentemente no Banco dos Réus. Daí o feliz título deste livro, extraído da observação sociológica do fenômeno e a indicação de medidas legais de defesa, a cargo dos advogados brasileiros, para a missão delicada de fazer valer os direitos dos acusados em tais circunstâncias.
    Para se dar cinco mil pessoa é necessário que se dê o primeiro.
    CHARLES E. BISPO
    ADVº, autor do livro Impugnação de Mandado Eletivo.

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  9. Salta aos olhos o custo anual da segurança dada ao secretário de Estado Rodney Miranda, ao subsecretário André Albuquerque e sua mulher, ao juiz Carlos Eduardo Lemos, à subsecretária Ana Emília e à delegada Fabiana Maioral. Nada menos do que R$ 1.646.117,80, referentes somente à PM, em esquema que conta com 28 policiais. Não se tem conhecimento de nada nem mesmo parecido, na história política e institucional do Estado. Grandeza que choca.

    http://www.seculodiario.com.br/exibir_socioeconomicas_a.asp?id=386

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  10. 30/11/2009
    Um-sete-um

    Editorial



    Fraudar números estatísticos é crime previsto no Direito Penal. Caracteriza-se como fraude o crime ou ofensa de deliberadamente enganar outros com o propósito de beneficiar-se. A fraude pode ser cometida através de auxílio de objetos, documentos ou números falsificados.

    Fraudes podem ser cometidas através de muitos métodos, como, por exemplo, a propaganda enganosa. Feita com a falsificação de documentos. No Brasil, a fraude está declarada no artigo n° 171 do Código Penal Brasileiro.

    O secretário estadual de Segurança, Rodney Miranda, na tentativa de esconder a realidade dos números relativos a homicídios, manipulou os números desse dado estatístico, na comparação de ocorrências entre os anos de 2008 e 2009. Ele é candidato a uma vaga na Câmara dos Deputados na eleição do próximo ano.

    Foi flagrado por Século Diário maquiando números para que o Estado não venha a figurar como líder absoluto no ranking de homicídios no País.

    O Espíritto vinha, desde 2003, beliscando a primeira posição nesse ranking, como registrou o jornalista José Rabelo, de Século Diário, na Reportagem da Semana que foi ao ar nesse final de semana.

    Rabelo, que na condição de secretário de Redação do jornal vem acompanhando o crescimento da violência no Estado – especialmente no quesito homicídios –, não teve muito trabalho para dar o flagrante no secretário.

    Entrou no site da Secretaria de Segurança e viu os índices de homicídios referentes ao primeiro semestre deste ano, comparados aos do ano passado. Constatou que, à primeira vista, tal comparação levaria à conclusão de que houvera uma queda nos índices.

    Mas logo descobriu que tal impressão resultava de uma maquiagem fajuta nos números. Ou melhor, uma fraude estatística. A manipulação do secretário consistia em excluir dos números deste ano os homicídios registrados como latrocínios (assaltos seguidos de morte), os decorrentes de confrontos com a polícia e os de lesões corporais.

    Nas estatísticas de 2008 essas mortes constavam e eram contabilizadas como homicídios. Nas deste ano, não. Espertamente, o secretário comparara alhos com bugalhos, apontndo queda nos índices deste ano.

    Por conta própria, ele alterou a metodologia de análise. E assim incorreu num artigo do Código Penal que criminaliza crimes como o do conto do vigário, por exemplo.

    Ou seja, crimes de estelionato, os famosos um-sete-um do jargão da bandidagem.

    Se tivesse feito isso apenas por burrice, ainda passaria. Mas a prática passou a se caracterizar como fraude e, portanto, crime, por estar ele quer tentando conquistar votos no próximo ano.

    Este é o nosso secretário de Segurança. Depois disso, alguém ainda confia nele?


    http://www.seculodiario.com.br/exibir_not_coluna.asp?id=2066

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