quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Policiais capixabas salvam animal da morte

Um cachorro se tornou vítima da crueldade por um motivo banal. Seu dono acabou preso nesta segunda-feira (27 dez), tentando jogar o cachorro do alto da ponte da Passagem, em Vitória - ES.

A maldade foi tanta que o animal estava amarrado em uma pedra, para que não conseguisse sobreviver. O autor da crueldade é Caio Fernando de Oliveira Almeida, de 19 anos. Ele já havia jogado o cachorro na água pelo menos três vezes e o motivo da maldade é porque o animal estava com carrapato.

Mesmo cometendo o crime de maus tratos a animais, Caio disse a polícia que estava certo, já que o cachorro era dele. O homem chegou a morder a mão do policial que foi obrigado a usar a força para detê-lo. "Ele insistiu, disse que o cão era dele e ele iria atirá-lo ao mar, diante da insistência e dos xingamentos, ele ainda mordeu meu punho direito, por isso foi autuado e levado para o DPJ", explica o policial Leonardo.

Caio foi autuado por maus tratos a animais, resistência à prisão e desacato à autoridade. Ele foi encaminhado ao DPJ de Vitória. O cachorro, que por bem pouco perdeu a vida, foi recolhido por uma policial militar (Sd Daleprane) e está em tratamento em uma clínica para animais. Ela afirmou que quem quiser adotar o animal basta entrar em contato pelo número 27 8132-8182.
Fonte: Folha Vitória

5 comentários:

  1. Dizem que o nível de civilização de um povo é medido pela forma como ele trata os animais...parabéns a PM!

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  2. Renato Hartung ou Paulo Casagrande???

    Renata Oliveira - Século Diário

    A aparição da cúpula da segurança do governo de Renato Casagrande (PSB) ao lado do governador Paulo Hartung, esta semana, mostrou a quem pertence a paternidade do projeto de segurança do Estado. Os três homens fortes do setor mais frágil do governo são remanescentes do governo anterior e passaram recibo do comprometimento com o governo PH.

    Ângelo Roncalli e André Garcia estão umbilicalmente ligados ao governo Paulo Hartung, já que participam ativamente da cúpula da segurança atual. Vão ficar onde estão. As pastas mudarão de nome, mas os agentes políticos serão os mesmos. E o ar de renovação com a vinda do desembargador federal Henrique Herkenhoff também tem cheiro de carnaval antigo, já que ele esteve por aqui no início de Hartung e tem o DNA hartunguete nas veias.

    Aparecer ao lado dos secretários legitima o comprometimento de Hartung com o setor, o que na verdade nunca aconteceu, e passa a mensagem de que o governador aprova a “mudança” de Casagrande na área da segurança. O fato é que Hartung vai acompanhar bem de perto o desempenho do novo governo nesta área. Até porque foi seu calcanhar de Aquiles durante sua gestão.

    Por mais que tentasse maquiar dados, o governador e seu supersecretário de segurança, Rodney Miranda, não conseguiram evitar o desgaste pela escalada da violência no Espírito Santo, muito menos desviar do escândalo internacional causado pelas denúncias de maus tratos nos presídios capixabas. Hartung apostou na ideia de que a população não liga se bandido está morrendo – e não liga mesmo – escorada na ideia estúpida de que bandido bom é bandido morto, até um filho ou um parente ser afetado pela violência.

    Com o que Hartung não contava era que as entidades internacionais de defesa dos direitos humanos e a imprensa nacional e internacional ligam e não podem ser sufocadas como ele faz com as entidades e a imprensa corporativa do Espírito Santo.

    O que se espera é que Casagrande consiga se livrar desse estigma e que, a partir do segundo ano de seu governo, chame para si a responsabilidade e tenha coragem de desafiar as pressões externas. Assim como fez com a saúde, coloque gente comprometida com a questão. Mas, por enquanto, teremos que aguentar a política do mais com o mesmo.

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  3. Lindos e podres

    Editorial


    A crise no sistema prisional do Estado, com suas graves conseqüências para a situação dos direitos humanos no Estado, está sendo a indesejada companheira de Paulo Hartung em seu adeus ao poder.

    Nesta quarta-feira (29), a Agência Brasil, o portal UOL e o jornal Diário do Comércio e Indústria afirmam que o governo capixaba só passou a construir novos presídios após as denúncias de violação de direitos terem chegado à Organização das Nações Unidas (ONU).

    Não era bem isso o que o governo pretendia ao propagandear os investimentos no setor, paralelamente ao anúncio da inauguração da 23ª unidade prisional construída na gestão Hartung, terceira apenas neste mês.
    O problema é que a crise no sistema carrega o estigma das masmorras de Paulo Hartung, e a mídia nacional não está a serviço dos apelos promocionais do governo.

    Por isso, os tais investimentos e a inauguração de mais um presídio ficaram em segundo plano no noticiário daqueles veículos, cedendo destaque para o fato de que aquelas iniciativas resultaram da condenação do Estado por um tribunal da ONU.

    Condenação motivada por mortes violentas e torturas praticadas contra presos nas cadeias capixabas. O que chocou os julgadores internacionais, naquela ocasião – março deste ano – foram as imagens levadas ao tribunal, mostrando detentos decapitados e jovens mutilados por espancamentos.

    Nos dois governos de Paulo Hartung, em nenhum instante a cúpula do sistema prisional foi advertida de que cabe ao Estado zelar pela integridade física daqueles que estão sob sua tutela. E que violências praticadas nas prisões constituem crimes de responsabilidade pelos quais o Estado tem de responder.

    Por essa razão é que as matérias da mídia nacional nesta quarta-feira abordaram os problemas do sistema e não as soluções de última hora que o governo vem adotando para mostrar serviço. Foi, portanto, um grave erro do governo pretender que, depois de oito anos de inércia e omissões, o foco do noticiário nacional se voltasse para inaugurações e investimentos tardios que em nada amenizam uma situação de caos e tragédia.

    Nas matérias em tela foram ouvidos não os gestores do sistema em crise, mas aqueles que interpretam o sentimento de revolta e indignação da sociedade, como o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH), Bruno Alves de Souza, e a presidente da Associação de Mães e Familiares Vítimas da Violência do Espírito Santo (Amafavv-ES), Maria das Graças Narcot.

    Uma frase de Maria das Graças sintetiza bem o que representa esse esforço midiático do governo: “Os presídios são lindos por fora e podres por dentro”.

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  4. Falta de efetivo de investigadores
    vai atrasar andamento de inquéritos

    Lívia Francez
    Foto capa: Divulgação/Sindipol

    O acordo firmado entre a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado (MPES) para acelerar o andamento dos inquéritos sem solução instaurados até dezembro de 2007 já está provocando polêmica. A falta de efetivo para a elucidação dos crimes pode gerar o arquivamento dos inquéritos sem que sejam concluídos.

    O acordo surgiu da necessidade de cumprir a Meta 2 fixada pelo Centro de Gestão Integrada (CGI) da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), no âmbito da persecução penal. O Estado apresenta um problema crônico de falta de andamento de inquéritos de homicídios. Só na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) 16 mil inquéritos se acumularam neste ano, por falta de efetivo para dar prosseguimento às investigações. Enquanto o número de inquéritos crescia a cada ano, o de investigadores permanecia o mesmo, e cada policial chegou a ser responsável por 300 inquéritos.

    Para o presidente da Associação dos Investigadores de Polícia Civil do Estado (Assinpol), Junior Fialho o mutirão para a elucidação de inquéritos é bem vindo, mas pode representar risco se for feito sem seriedade e com o arquivamento de processos sem a devida apuração. “Caso isso aconteça, é o mesmo que enterrar todos os inquéritos em cova rasa”.

    Ele conta ainda que não basta correr para apurar os inquéritos se o número de policiais é insuficiente. Ele acrescenta que, caso os inquéritos sejam arquivados pela Justiça, é inviável para o delegado pedir reabertura de um volume tão grande de processos só para checar se foram cumpridas todas as etapas.

    O passivo de homicídios aguardando conclusão até dezembro de 2007 chega a 8.893, o que equivale a 262 homicídios a cada 100 mil habitantes. O número coloca o Estado na vice-liderança do País de inquéritos irresolutos, atrás somente do Paraná. Os números, no entanto, só terão qualquer sentido se forem relativizados à população de cada um dos estados avaliados. Com base no último Censo do IBGE, a população capixaba é de 3.392.775 habitantes. Na proporção de homicídios irresolutos para cada grupo de 100 mil habitantes, o Espírito Santo alcança a impressionante marca de 262 homicídios sem solução/100 mil habitantes.

    A taxa capixaba representa mais que o dobro da do segundo colocado que, na verdade, é Rondônia, com 129/100 mil. Alagoas, que “disputa” com o Espírito Santo, ano a ano, a liderança do ranking de homicídios, consegue ser mais eficiente nesse quesito. Os alagoanos deixaram de resolver 3.628 assassinatos. O número confere ao estado uma taxa de 117/100 mil. A taxa é quase 45% menor que a registrada no Espírito Santo.

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