05/10/2009 - 18h41 (Letícia Gonçalves - gazeta online)
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Soldados da Polícia Militar, que atualmente ganham R$ 1,8 mil passariam a receber R$ 4 mil no Espírito SantoOs policiais e bombeiros militares podem ter um piso salarial nacional. O valor seria estipulado pelo que é pago aos profissionais no Distrito Federal. Atualmente, um soldado ganha R$ 4 mil em Brasília.
Para tornar esse valor presente nos contracheques dos militares de todo o país, tramita na Câmara dos Deputados a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) número 300.
O piso nacional não é a única proposta em discussão na Câmara. De acordo com o deputado Capitão Assumção, a exigência de nível superior para ingressar na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros, como já é feito em Goiás e está em discussão em Brasília, pode ser incluída, por meio de emenda, à PEC 300.
De acordo com ele, já é uma tendência que o curso superior seja exigido na maioria dos Estados. Se aprovada, a PEC 300/08 elevaria os salários de 9774 praças e oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros no Espírito Santo, já que inlcui profissionais ativos e da reserva.
Para o último concurso para soldado combatente da Polícia Militar anunciado pelo governo do Espírito Santo, o salário oferecido é de R$ 1,8 mil.A proposta gera polêmica e preocupação nos Estados, mas de acordo com o deputado federal Capitão Assumção (PSB-ES), a PEC não implicaria mais gastos para as unidades da federação, já que prevê a formação de um fundo constitucional, com recursos da União, para complementar os salários até o valor praticado em Brasília.
Ainda segundo o deputado, a elevação dos salários contribuiria para coibir o trabalho informal, o chamado "bico", que, no Estado, seria praticado por 90% dos policiais militares. "Com a aprovação da PEC retiraria-se quase toda a categoria do trabalho informal e teria-se dedicação exclusiva da categoria à Segurança Pública. O primeiro beneficiado com o piso salarial nacional é a sociedade", afirma. "O governo do Estado fez um movimento de concentrar mais o policial dentro das escalas, numa tentativa desesperada de tirar o policial do trabalho informal, mas isso só traz mais angústia, porque a válvula de escape do profissional de segurança pública capixaba é o trabalho informal. O salário realmente é muito baixo", compementa. [sic]
Salário é responsabilidade dos Estados
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Medida também valeria para bombeiros militares
Já a deputada federal Iriny Lopes (PT-ES), diz que avalia a proposta de forma positiva, mas que a União não pode complementar os salários. "O fundo seria constitucionalizado por meio da emenda constitucional, mas mesmo assim, essa questão é de responsabilidade dos Estados.
Eu sou a favor de unificar nacionalmente os salários, mas é preciso sentar na mesa com todos os governadores do Brasil para ver qual seria o piso e o teto para decidir um valor, o que a PEC não prevê", analisa.
O balizamento por meio do salário em Brasília também não é o ideal, de acordo com a deputada. "Não pode ser Brasília a determinar, ou toda vez que tiver reajuste em Brasília haverá reajuste no restante do país. Não pode ser assim porque a arrecadação dos estados é diferente, então a capacidade de pagamento também é", afirma.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Espírito Santo disse, por meio de nota, que não tem conhecimento integral do conteúdo da proposta, mas ressalta que para pagar o salário praticado no Distrito Federal, o Estado precisa da ajuda da União. "Precisamos saber se a União, como ocorre no Distrito Federal, vai bancar essa diferença salarial, pois embora reconheçamos o valor do trabalho policial, nenhum estado tem hoje condições de bancar a equiparação salarial com o Distrito Federal sem prejudicar outros investimentos".
Soldados
Enquanto isso, embora a PEC também beneficie oficiais, os soldados, que têm os salários mais baixos, criam expectativas. Um soldado da Polícia Militar do Espírito Santo, que prefere não se identificar - ele alega que os militares não têm liberdade de manifestação - diz que a medida seria benéfica para a população. "Acho que a sociedade tem muito a ganhar com a valorização dos policiais em relação aos salários e também com a exigência de nível superior. Entendo que algumas categorias também mereçam essa valorização, como os professores, que têm um piso nacional de R$ 950. Mas o que temos que fazer é lutar para reparar essa injustiça com essa categoria e não promover outra injustiça com profissionais tão importantes como os da Segurança Pública. Por isso espero que a PEC 300 seja aprovada".
Já um soldado do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo, que também não quis se identificar, diz que acompanha as notícias e está confiante. "Viria para nós em um bom momento porque não se pode manter essa desigualdade, já que o que eles fazem em Brasília é o mesmo trabalho que fazemos aqui.
Atendemos a ocorrências semelhantes, mas eles recebem cerca de R$ 4 mil e nós menos de R$ 2 mil. E no Piauí ganham menos ainda".
Na Internet, um abaixo assinado reúne 50 mil assinaturas. A comunidade no Orkut tem 10.984 membros e no Twitter, a PEC 300 tem 1.294 seguidores.TramitaçãoA PEC 300, de autoria do deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e está em fase de Comissão Especial.
A proposta deve ser votada, em dois turnos, pelo plenário da Casa ainda este ano. Depois, segue para o Senado, onde passa novamente pelos mesmos trâmites. A expectativa dos defensores da PEC é que ela seja votada no plenário do Senado até o final do primeiro semestre de 2010. Se for aprovada, a proposta será promulgada pelo presidente do Congresso.
Bolsa Formação
O Bolsa Formação, auxílio de até R$ 400 para servidores em Segurança Pública que recebem até R$ 1,7 de salário, um dos projetos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), pode ser ampliado. Servidores que ganham até R$ 5 mil poderiam ser beneficiados.
De acordo com o deputado Capitão Assumção, uma outra proposta na Câmara estipula o limite a dez salários mínimos, mas o Ministério da Justiça já acenaria com o limite de R$ 5 mil e pode encaminhar pedido ao Governo Federal.
Dessa forma, o número de beneficiados aumentaria. De acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que realiza o Sistema de Monitoramento e Avaliação do Pronasci, no Espírito Santo, 1.625 servidores em segurança pública - incluindo policiais e bombeiros militares, policiais civis, agentes penitenciários, e peritos que recebem até R$ 1.700 - têm acesso ao Bolsa Formação.
Para o secretário executivo do Pronasci, Ronaldo Teixeira, a PEC 300 é positiva porque enfatiza a valorização profissional, mas também pondera que pode haver problemas para os Estados caso a União não complemente os salários. "Avalio de forma positiva a reivindicação de valorização do policial.
Agora, se você se colocar no lugar dos governadores, certamente teremos dificuldades. O orçamento tem um limite, com a lei de responsabilidade fiscal sobre despesas com pessoal. Eu não sei se a arrecadação dos Estados suportaria um aumento dessa ordem".
Enquanto a PEC 300 tramita na Câmara, audiências públicas são realizadas em vários Estados, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Piauí, e Pará. No Espírito Santo a audiência ainda não tem data marcada, mas deve ocorrer ainda em outubro.
Acredito ser este o futuro das Policias,pois quanto maior o grau de conhecimento do profissional em segurança melhor será seu entendimento sobre diversos assuntos.Também torço para que olimite do Bolsa Formação seja ampliado,pois por causa de 06,00 reais não sou beneficiado por este projeto.
ResponderExcluirSó queria lembrar que com essa lei o sonho de muita gente que esta terminando o ensino médio, vai por água abaixo. Conheço muito colegas, que assim como eu, estão investindo tempo e dinheiro para engraça na carreira policial.
ResponderExcluirSou totalmente a favor da PEC 300. Ser policial é perigoso e exige disciplina, só que exigir nível superior em todos os estados, tornaria quase que inacessível tal cargo ou prolongaria o sonho de muitos sem falar nos que iram agora prestar vestibular ou estão no primeiro ano de faculdade onde pelo prazo do fim do curso teriam idade superior à 30 anos.
PEC SIM!,
NÍVEL SUPERIOR, AINDA NÃO!